quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O Jumento Assassino.

Ouvem-se histórias estranhas pelo Nordeste. Fala-se de um animal bizarro, que assemelha-se a um jumento, porém possui olhos vermelhos como sangue, que podem ser vistos rapidamente no matagal durante a noite. A criatura parece levar a morte consigo. As pessoas que juraram tê-lo visto morreram de forma horrível três dias após terem relatado o encontro.

Algum tempo depois de se ter enterrado o morto, verificava-se que o túmulo havia sido violado e o corpo tinha desaparecido. Um rastro de sangue, que tinha centena de metros, deixava o túmulo e levava ao que havia restado do corpo, completamente desfigurado.
A
estranha besta havia saciado-se, dizem os mais velhos.Mas, eventualmente, ouvem-se histórias sobre mortes estranhas e corpos mutilados, sempre com menção a um animal que assemelha-se a um jumento, porém possui olhos vermelhos como sangue.






quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Cães gatos.


Nada mais importava. Tentava , em vão, esconder o seu desespero. Aquele cão que fora seu melhor amigo estava diante de seus olhos, morto.

As pessoas o tinham como louco. Afinal, fazer o enterro de um cachorro, não era uma atitude louvável para a sociedade. Mas era o mínimo que ele poderia fazer por aquele que sempre o ouvia.

Havia menos de dez pessoas na cerimônia, que não estavam pelo pobre animal, e, sim, para presenciar o fato tão comentado na cidade. O homem sabia disso, mas não se importava, preocupava-se na salvação da alma do seu amigo.

Entretanto algo chamou a sua atenção: uma cadela sentou-se perto do caixão improvisado e começou a uivar, e o público se divertia com a cena. O homem ficou nervoso. O que pensariam do seu amigo? Voltou para casa irritado.

De noite, ficou pensando nos amores que seu amigo poderia ter mundo afora e, de repente, veio-lhe um pensamento indesejado. Seu amigo, que tanto parecia ouvi-lo em seus desabafos, poderia estar pensando naquela cadela enquanto ele contava seus medos e problemas.

A raiva o consumia. Não acreditava no que seu amigo fizera. Precisava pensar, mas já estava a caminho do local onde enterrara o animal. Ao chegar, desenterrou o cão e levou-o para o rio. Deixou o caixão ser levado pela correnteza. Assim, o animal nunca descansaria e teria tempo para pensar no que lhe fizera.



by: André Nobre

Quem não cuida dos seus, padece sem eles.


Muito distante da civilização, havia uma floresta habitada por vários animais, atravessada por um rio que terminava em uma grande queda d'água. Era um local paradisíaco, onde o homem ainda não intervira.

Perto da cachoeira, viviam alguns bichos: o Esquilo Falador; a Coruja Sábia;o Leão Preguiçoso;além destes, havia a Loba, o Macaco e a Raposa.

A Raposa, simpática e carinhosa, tinha um grande problema: não podia ter filhos. A Loba tinha cinco e, irresponsável, não zelava por eles;que tinham que buscar alimentos sozinhos e, por isso, muitas vezes, iam dormir com fome, pois não tinham tamanho suficiente para capturar as presas.

Um dia, a Raposa tomou uma decisão: fugiria dali com os lobinhos. Combinou com eles, por intermédio do Esquilo, o lugar e a hora que se encontrariam para a fuga: na casa do Macaco, quando a mãe deles saísse para caçar.

Ao voltar da caça, a Loba não notou a ausência dos filhos. Apenas dois dias depois, descobriu a fuga, mas não se abalou e continuou sua vida normalmente.

Passados alguns anos, a Loba estava sozinha e triste. Gostaria de dar carinho e atenção aos filhos, mas já era tarde.